O Índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias no Rio de Janeiro (ICF/RJ) registrou, em abril, queda de três pontos frente a março de 2019, confirmando o processo de desaceleração iniciado em fevereiro, e atingiu 87,1 pontos. A queda, no entanto, ainda não foi suficiente para devolver os ganhos percebidos no índice, a partir da eleição presidencial. Desta forma, o valor observado em abril de 2019 ainda é superior ao obtido no monitoramento de abril de 2018, quando o mesmo atingiu 70,2 pontos.
Houve queda nos sete itens subindicadores pesquisados que compõem o índice geral, no levantamento da Fecomércio RJ, apurado pela CNC, o que não acontecia desde setembro de 2017. No comparativo anual com abril de 2018, todos os itens tiveram aumento. A pesquisa utiliza pontuação de 0 a 200 pontos, sendo que os índices abaixo dos 100 pontos indicam grau de insatisfação e acima de 100 pontos, nível de satisfação.
A queda do ICF/RJ foi impulsionada pela deterioração da expectativa que o consumidor faz a respeito do consumo futuro, medida pelo subindicador Perspectiva para Consumo, que caiu 6,1 pontos percentuais frente a março. Outro subindicador sensível, a Perspectiva Profissional, registrou a terceira queda consecutiva, com 2,4% frente ao mês anterior. As quedas anotadas sugerem que as famílias podem estar menos confiantes na possibilidade dos governos locais e federal oferecerem uma solução para o baixo crescimento econômico.
Os subitens Emprego Atual, Renda Atual e Nível do Consumo Atual registraram quedas de 3,1, 0,5 e 3 pontos, respectivamente. As quedas podem refletir o resultado mais recente divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que destacou no levantamento que o estado do Rio de Janeiro eliminou aproximadamente 7 mil vagas de empregos formais no mês de março.
Finalmente, os subitens Compra a Prazo e Momento para Duráveis também apresentaram, respectivamente, quedas de 1 e 4,4 pontos percentuais. Os índices são reflexos da fraca atividade econômica, atrelado ao encarecimento do crédito, fatores determinantes para as quedas. Desde dezembro, o juro médio cobrado sobre as operações de crédito livre direcionadas à pessoa física entrou em trajetória ascendente e atingiu 3,65% ao mês em março de 2019. Vale destacar que o item que mede o acesso ao crédito apresenta, historicamente, forte correlação negativa com a taxa média de juros cobrada sobre as operações de crédito livre direcionadas à pessoa física.