Consumidores entendem que roubo de cargas alimenta o comércio informal

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Última reunião do Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ, em 2025, apresenta pesquisa do IFec RJ sobre a informalidade e seus impactos econômicos no estado do Rio

Foto: Arteiras Comunicação

A última reunião do Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ de 2025, realizada nesta terça-feira (09/12), apresentou uma pesquisa do IFec RJ com dados atualizados sobre o mercado informal, seus impactos econômicos e os desafios do setor produtivo fluminense.

A sondagem, feita com 1.012 consumidores da Região Metropolitana do Rio, entre os dias 11 e 14 de novembro, mostra que para 78,3% dos entrevistados que já compraram alguma vez no mercado informal a escolha se deve aos preços mais em conta, enquanto que no ano passado esse número era 73,7%. A pesquisa também revelou que 70,6% disseram que os produtos do mercado informal costumam ser mais baratos porque não pagam impostos. Outro fator relevante, citado por 21,3% dos entrevistados para os preços serem menores, é a origem ilegal dessas mercadorias, vinculadas a carga roubada, um aumento de 7 p.p. em relação ao ano passado.

Na comparação entre os 2024 e 2025 houve uma queda de 39% para 29% que compraram na informalidade nos últimos 12 meses. Porém, o volume do gasto médio com a última compra aumentou de R$ 74 para R$ 105, um crescimento de 41%. A movimentação financeira subiu de R$ 217,9 milhões, no ano passado, para R$ 238,6 milhões esse ano, o que representa um aumento de 9,5%.

Entre as principais soluções dadas pelos entrevistados para o combate ao mercado informal, dois pontos se destacam: a redução da carga tributária e o combate ao roubo de cargas. Segundo o levantamento, 39,3% dos consumidores sugeriram uma carga tributária menor. Em 2024, 34% tinham dado essa sugestão. Já 27,7% disseram que o combate ao roubo de cargas seria uma solução, contra 23,3% no ano passado.

Perguntados sobre a percepção referente ao mercado informal, 79,9% disseram acreditar que o roubo de carga tem relação com o consumo de produtos e com o aumento da criminalidade e da violência.

De acordo com análise do IFec RJ, baseada em dados do IBGE, o comércio informal cresceu 3,59% no terceiro trimestre de 2025, comparado ao mesmo período de 2024. Já dados do Instituto de Segurança Pública mostram que os números de roubo de cargas, que vinham se mantendo em tendência de queda, voltaram a acelerar em 2024 e mesmo podendo cair em relação ao ano passado devem permanecer acima dos três mil casos neste ano.

No encontro do Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ, conselheiros, técnicos e representantes do comércio de bens e serviços também discutiram ações de enfrentamento às práticas ilícitas que afetam o setor no estado do Rio.

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